Bananal inicia vacinação infantil para grupos prioritários nos "postinhos" ESFs

 

Início da imunização do público entre 05 e 11 anos está sendo feita de forma descentralizada, nos 5 postos ESF do município

Por Ricardo Nogueira, com informações da Agência Brasil

No dia seguinte à chegada dos frascos da vacina da Pfizer contra a Covid-19 no município, a Secretaria de Saúde de Bananal iniciou na manhã desta terça-feira, 18 de janeiro, a campanha local de imunização das crianças entre 05 e 11 anos inseridas nos grupos de risco prioritários (portadoras de alguma deficiência ou comorbidade, indígenas e quilombolas). O atendimento na parte da manhã vai de 9h às 12h e no período da tarde entre 13h e 16h.

A Fiocruz ressalta que a vacinação de crianças de 05 a 11 com a vacina da Pfizer é segura e eficaz, e conta com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e outras autoridades sanitárias do mundo, como a dos Estados Unidos, onde 8,7 milhões de doses já foram aplicadas nessa faixa etária.

No ano passado, foram hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à covid-19 quase 20 mil crianças e adolescentes. Segundo levantamento realizado pela Fiocruz, 1.422 menores de idade morreram vítimas pela covid-19 até o dia 4 de dezembro do ano passado, sendo 418 em menores de 1 ano; 208, de 1 a 5 anos; e 796, de 6 a 19 anos.

A vacinação em Bananal segue a mesma diretriz da descentralização do atendimento ao público estabelecida na semana passada, sendo efetuada nos 5 postos ESF (Estratégia de Saúde da Família) localizados nos bairros Vila Bom Jardim, Rancho Grande e Palha. No Centro Histórico estão dois postos: o ESF Bananal (rua sem saída próxima a UBS) e o ESF Centro, a poucos metros da Praça Pedro Ramos (Matriz).

LOCALIZAÇÃO DOS POSTOS ESF DO MUNICÍPIO

CENTRO: ESF BANANAL - Rua Cel. Luciano Almeida Ramos Nogueira, nº 04 (rua sem saída próxima a UBS)

                       ESF CENTRO - Rua Ernani Graça, nº 205 (a poucos metros da Praça Pedro Ramos)

BAIRRO VILA BOM JARDIM: ESF VILA - Avenida João Barbosa de Camargo, nº 1.038

BAIRRO DA PALHA: ESF PALHA - Avenida João Godoy de Macedo, nº 57

BAIRRO DO RANCHO GRANDE: ESF RANCHO GRANDE - Av. Vicente de Paula Almeida, nº 12

A lista das comorbidades é definida pelo Ministério da Saúde. Pais e responsáveis precisam apresentar nos postos de vacinação comprovantes como exames ou qualquer prescrição médica. Os cadastros já existentes nas Unidades Básicas de Saúde também poderão ser utilizados para a vacinação.

O Governo de São Paulo também recomenda o pré-cadastro no site www.vacinaja.sp.gov.br para a campanha infantil. O preenchimento do formulário digital é opcional e não é um agendamento, mas agiliza o atendimento nos postos, evitando filas e aglomerações.

Para cadastrar os filhos, pais e responsáveis devem acessar o site, clicar no botão “Crianças até 11 anos” e preencher o formulário. Se o processo não puder ser feito pela internet, os pais não precisam se preocupar, pois o cadastro completo poderá ser feito presencialmente nas unidades de vacinação.

Fiocruz investiga hesitação de pais em vacinar crianças

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que contou com 15.297 pais, mães ou responsáveis por crianças e adolescentes indicou que mais de 80% pretendem vacinar seus filhos contra a covid-19. Chamada de VacinaKids, a pesquisa investiga os motivos da hesitação vacinal e aplicou um questionário online que teve 70,55% de participação de pais da região Sudeste, 11,13% do Sul, 8,27% do Nordeste, 7,6% do Centro-Oeste e 2,4% do Norte.

Segundo as respostas apresentadas, a hesitação é maior na faixa etária de 0 a 4 anos, que ainda não foi contemplada pela vacinação. Entre os pais dessas crianças, o percentual que não pretende vacinar foi 16,4%. A hesitação vacinal foi menor entre os pais de crianças de 5 a 11 anos, com 12,8%, e chegou a 14,9% entre os responsáveis por adolescentes.

A pesquisa analisa que os principais motivos associados à hesitação vacinal foram medo de reações adversas e supostos efeitos de longo prazo, minimização da gravidade da pandemia e a falsa ideia de que quem teve covid-19 não precisa se vacinar.

Entre suas respostas, esses pais também declararam com frequência que discordam que a vacina tornaria o retorno escolar mais seguro e que acreditam que a imunidade natural é uma opção melhor de proteção do que a vacina.

Outras crenças mencionadas pelos entrevistados foram a de que a vacina precisa de mais tempo para ser considerada segura e a de que as crianças e adolescentes não têm nenhuma chance de ficar grave se contrair a covid-19. Também houve respostas no sentido de preferir produtos naturais à vacinação.

A coordenadora do estudo, a pediatra e pesquisadora clínica do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, Daniella Moore, cita dados do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos que mostram que vacinação de crianças é segura e transcorre naquele país com a ocorrência de cerca de 4 mil eventos adversos, sendo 97% leves, entre as mais de 8 milhões de doses aplicadas.

“O relatório mostra que aproximadamente 8,7 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech Covid-19 foi administrada em crianças nessa faixa etária durante o período de 3 de novembro a 19 de dezembro de 2021. Dessas 8,7 milhões de doses, foram notificados 4.249 eventos adversos, o que representa apenas 0,049% das doses aplicadas. A grande maioria (97,6%) dos efeitos notificados foi leve a moderado, como dor no local da injeção, fadiga ou dor de cabeça. Ou seja, a vacina é, de fato, segura e os dados comprovam a sua segurança, mostrando, na sua maioria, efeitos adversos que mães e pais já têm experiência em lidar com outras vacinas do calendário vacinal", conta Daniella.

A pesquisadora ressalta que a ocorrência de miocardite, que é uma inflamação do músculo cardíaco, foi registrada em 11 crianças dessa faixa etária que foram vacinadas, e todas se recuperaram. A complicação é um dos principais medos citados por pais que hesitam em vacinar seus filhos, mas a pediatra lembra que a covid-19 também pode causar essa inflamação, especialmente quando a doença evolui para um quadro de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica.

“Alguns pais subestimam a gravidade da doença em crianças. No entanto, apesar da covid-19 ser considerada menos grave em crianças quando comparada a adultos, elas ainda assim ficam doentes, podem ficar graves e ter evoluções desfavoráveis”, alerta Daniella.

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