Para evitar narrativas falsas e golpes, sobretudo via pix, foi criado no RS um Comitê de Campanha solidária que agrega 12 representantes de órgãos públicos, entidades de classe (incluindo a OAB) e da iniciativa privada (incluindo bancos), para distribuir os recursos de forma imediata para os municípios atingidos através de conta privada, que não passa por órgãos governamentais
Por Ricardo Nogueira
Em solidariedade às vítimas das enchentes que atingiram 364 dos 496 municípios gaúchos, afetando 1,47 milhão de pessoas, Bananal iniciou uma mobilização por coleta de donativos. Dois locais em período permanente e um em ação temporária da Paróquia.
A Prefeitura de Bananal disponibilizou o CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, localizado na rua Cel. João Ramos Nogueira Fragoso, ao lado da Escola Estadual Visconde de São Laurindo e da Escola Municipal Prof. José Luiz Ferreira Guimarães, como centro de coleta aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Em postagem nas redes sociais, a Prefeitura enumera o material a ser doado.
Outro posto de doação em Bananal é a Agência local dos Correios, na Avenida Bom Jesus, próxima à Unidade de Saúde.
Importante destacar que todas as agências de Correios do Vale do Paraíba estão recebendo doações para as vítimas das chuvas. De acordo com os Correios, os itens aceitos são alimentos da cesta básica, produtos de higiene pessoal, material de higiene seco e vestuário. As doações devem ser feitas das 9h às 17h nas agências.
Outra opção para doação, essa em caráter temporário, é a ação solidária da Paróquia do Senhor Bom Jesus do Livramento que fará, entre 10 e 19 de maio, durante a novena ao Espírito Santo, a arrecadação de alimentos não perecíveis a serem destinados às famílias afetadas pelas enchentes.
Ações solidárias e medidas contra golpes
O desastre climático, causou mais de uma centena de mortes e deixou 164.583 pessoas desalojadas, 67.542 pessoas desabrigadas e, pelo menos, 136 pessoas desaparecidas.
Em resposta à tragédia várias mobilizações foram iniciadas, por governos nas três esferas (federal, estaduais e municipais), entidades de classe, forças armadas, instituições religiosas e empresas. O Poder Judiciário, por exemplo, destinou R$ 60 milhões em auxílio para o Rio Grande do Sul. O dinheiro tem origem em penas pecuniárias (em dinheiro) aplicadas e depositadas em juízo.
A reconstrução de toda a estrutura atingida foi estimada em R$ 19 bilhões de reais pelo governo do Rio Grande do Sul.
Não bastasse a tragédia em si, o episódio vem provocando uma guerra de narrativas na internet, de cunho político, que em nada ajudam os atingidos. Ao contrário, prejudicam os trabalhos de resgate e a confiabilidade dos órgãos mobilizados para receber donativos e mitigar os problemas da população gaúcha.
Com a necessidade de acelerar a chegada de recursos doados a vítimas das enchentes, foi criado um Comitê Gestor da campanha para a obtenção de recursos via pix, tendo em vista a ação de golpistas que se aproveitam da situação. O Comitê agrega 12 representantes de órgãos públicos, entidades de classe (incluindo a OAB) e da iniciativa privada (incluindo bancos), para distribuir os recursos de forma imediata, focando, inicialmente, em municípios mais atingidos e que tiverem condições de retorno às atividades.
Com o pix oficial, os doadores têm a segurança de depositarem em uma conta com a real finalidade de ajudar as pessoas.
Para isso, foi aberta uma conta corrente no Banrisul pela Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul. A movimentação é acompanhada pelo Comitê Gestor, que define os critérios de distribuição e as entidades responsáveis pelo pagamento ao cidadão.
"É um dinheiro que vai direto para a conta de quem precisa. Se entrasse no caixa do governo, se tornaria um recurso público e teríamos uma série de exigências a cumprir na hora de investir. Como sai de uma conta corrente de uma entidade privada, a pessoa poderá comprar material de construção ou alimentos, por exemplo. Não há exigência da destinação", afirmou Lemos, Chefe da Defesa Civil do estado gaúcho.
Participando da 1ª reunião do Comitê, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no RS, Leonardo Lamachia, disse que é preciso informar a sociedade que não se trata de recursos administrados pelo governo, mas por um grupo de entidades.
Pelo governo, também participaram da reunião o procurador-geral do Estado, Eduardo da Costa, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.
Dados para doação
Chave pix: CNPJ 92.958.800/0001-38
Banco do Estado do Rio Grande do Sul ou Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, confirme que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
Clique na imagem abaixo para acessar o site oficial de socorro às vítimas do Rio Grande do Sul, no endereço eletrônico sosenchentes.rs.gov.br com todas as informações sobre como ajudar e não cair em golpes ou ser enganado por fakenews.
Cuidados para que o momento de solidariedade não beneficie a ação de golpistas
Para evitar fraudes, fique atento a informações importantes. Isso permite que o repasse de valores ocorra com segurança e o dinheiro chegue àqueles que necessitam de auxílio.
• Tenha certeza de que você está recebendo informações oficiais, como, por exemplo, no site ou nas contas do governo do Estado nas redes sociais.
• Cuidado com links enviados em aplicativos de mensagens. Confirme por quem ele foi enviado e se, de fato, é confiável.
• Certifique-se de que a instituição alvo da sua doação fornece abertamente seus dados, permitindo que você entre em contato em caso de dúvidas
PIX
• Se optar pela doação via pix, confirme a autenticidade do QR Code ou da chave indicada.
• O nome do destinatário do valor também deve ser conferido no momento da operação. A conta indicada pelo Estado é a SOS Rio Grande do Sul.
• Confira também o banco de destino da transação. A conta SOS Rio Grande do Sul foi criada no Banrisul.
• Só faça transações com o pix no aplicativo da sua instituição financeira e nunca forneça sua chave ou identificação em sites desconhecidos.