Celebridades e entidades de proteção animal repercutiram o caso e compartilharam imagens do responsável pelo animal
Por Ricardo Nogueira
O episódio de maus-tratos a um cavalo em Bananal, durante uma cavalgada na área rural conhecida como Sertão do Guaraná Quente, no último dia 16, gerou repercussão nacional e indignação nas redes sociais.
O fato, ocorrido no sábado, começou a ser compartilhado nas redes sociais em Bananal no domingo (17), ganhando repercussão após a notícia publicada pela Gazeta de Bananal no início da manhã de segunda-feira (18). A notícia alcançou mais de 77 mil visualizações em menos de 24 horas no Portal de Notícias gazetadebananal.com.
Além da Gazeta, ao longo do domingo foram enviadas denúncias para as polícias Civil, Militar e Ambiental. A reportagem da Gazeta esteve na Delegacia de Bananal para apurar mais detalhes na tarde de segunda-feira.
Segundo o relato da única testemunha que acompanhava a cavalgada, o cavalo de pelagem clara apresentou sinais de exaustão, deitou-se e parou de respirar nas proximidades da área conhecida como Serra da Fazenda 57.
De acordo com o depoimento, registrado no Boletim de Ocorrência da Polícia, o responsável pelo animal teria dito ao amigo: “Se você tem coração, melhor não olhar” antes de desferir um golpe de facão na pata do cavalo. A testemunha afirmou ter visto apenas o primeiro golpe, desviou o olhar por estar mal e não conseguiu determinar se outros golpes foram aplicados. Temendo a reação do responsável, que portava o facão, a testemunha conseguiu auxílio de um conhecido, que o levou até a casa do acusado, onde estava sua moto. Posteriormente, comunicou o ocorrido ao pai do responsável pelo cavalo.
Em depoimento à polícia, o responsável pelo animal confirmou a versão da testemunha, alegando acreditar que o cavalo já estava morto no momento em que aplicou os golpes, e atribuiu seu surto à embriaguez. A mãe do jovem também foi ouvida e mencionou um vídeo publicado em redes sociais em que defende o filho diante da comoção causada pelas imagens do animal morto e mutilado. O conhecido que prestou carona à testemunha afirmou não ter presenciado os fatos.
O caso repercutiu nacionalmente, com influenciadores digitais e celebridades como Ana Castela e Paolla Oliveira expressando repúdio e compartilhando imagens e fotos em suas redes sociais.
A testemunha, que não esperava a reação do amigo em surto, vem recebendo ameaças por aparecer em fotos e vídeos da cavalgada. Ele se considera prejudicado com o prejulgamento das redes sociais e teme por seu futuro.
A Polícia Civil trabalha com todas as possibilidades, inclusive a de que o cavalo tenha realmente morrido por fadiga. O pouco sangue encontrado ao redor do animal é um dos indícios analisados, mas, devido ao tempo decorrido e à retirada do cavalo do local, a perícia direta está prejudicada. Por isso, será solicitada análise das imagens, fotos e vídeos do animal para auxiliar na investigação.
O caso segue sob responsabilidade da Delegacia de Polícia de Bananal. O responsável pelo animal prestou depoimento na segunda-feira de manhã, se apresentando espontaneamente na Delegacia, e foi liberado. No boletim da polícia, a natureza do registro foi: Crime Consumado Lei 9.605/98 - Meio Ambiente - Praticar ato de abuso a animais (Art. 32) § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.