Registro oficial do estado passa a constar 2º caso confirmado de coronavírus em Bananal



Estudo da FioCruz mostra aceleração de 50% dos casos da doença nos municípios com menos de 20 mil habitantes

Da Redação, com informações da FioCruz e Governo de SP

O boletim epidemiológico de Bananal no sábado (9) repetiu os números da véspera, com 47 casos descartados e 6 casos suspeitos (sendo cinco em isolamento domiciliar e uma paciente internada em Barra Mansa aguardando resultado de exames). O município continua com 3 casos confirmados, já com dois recuperados e um paciente se restabelecendo em quarentena.

Com um intervalo de duas semanas, os registros oficiais do estado passaram a contar os dois primeiros casos confirmados em Bananal, respectivamente nos dias 23 e 24 de abril pela secretaria municipal de saúde. Na sexta (8) o estado inseriu Bananal nos registros oficiais com 1 caso e no sábado atualizou para 2 casos.

Na página de dados do estado na internet sobre a Covid-19 atualizada diariamente, existe um mapa de São Paulo  com todos os municípios monitorados por cores. Bananal saiu da cor cinza, representada pelas localidades sem nenhum caso da doença, para a cor amarela, representando os municípios com menos de 10 casos confirmados. Na página existe também uma listagem dos municípios com ocorrências confirmadas e Bananal figura entre aqueles com dois casos. Se mantiver o mesmo tempo de inserção dos primeiros casos, o 3º paciente confirmado em Bananal deve entrar para os registros estaduais por volta do dia 19, pois foi notificado pela cidade no dia 04 de maio.

RM Vale

Dentre os municípios do Vale Histórico, terminam a semana com casos suspeitos São José do Barreiro com 2 e Areias com 1. Queluz descartou 2 casos suspeitos e aguarda o resultado dos exames de um homem que faleceu com os sintomas da Covid-19.

Segundo números das secretarias municipais até as 20 horas do sábado, a RM Vale atingiu 913 casos confirmados em 27 de seus 39 municípios.

Quarenta e duas mortes pela doença foram registradas em 12 cidades: São José dos Campos (16), Jacareí (5), Taubaté (4), Caraguatatuba (4), Cruzeiro (2), Lorena (2), Pindamonhangaba (2), Santo Antônio do Pinhal (2), São Sebastião (2), São Luiz do Paraitinga (1), Santa Branca (1) e Lavrinhas (1).

Aumento de casos nos pequenos municípios

No mês de abril houve um aumento de 3.300% dos casos de Coronavírus nos municípios do interior e no litoral do estado de São Paulo.

No sábado, dia 9, foi divulgado um estudo de abrangência nacional da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) mostrando que nas últimas duas semanas os casos da doença tiveram uma aceleração de 50% nos municípios com menos de 20 mil habitantes.

E o cenário retratado para explicar essa velocidade preocupante do número de vítimas no interior é oriundo de um cotidiano familiar aos bananalenses. A menor disponibilidade e capacidade de seus serviços de saúde leva ao fluxo de mais pessoas que precisam de atendimento especial para os municípios de maior porte.

Para fazer o levantamento, os pesquisadores dividiram os municípios brasileiros em redes de atendimento em saúde. Grupos de cidades que apresentam forte interação entre si, considerando atendimentos a pacientes e serviços médicos.

A pesquisa levantou quais municípios ou concentrações urbanas são procurados pela população quando tem de sair daquele em que mora para buscar atendimento médico. Depois essas redes foram classificadas como de baixa, média e alta complexidade, de acordo com três parâmetros: número de médicos, de leitos de UTI e de respiradores e ventiladores. Para cada um deles, buscou-se um valor de referência baseado em dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) ou do Ministério da Saúde. Em seguida eles verificaram as regiões que estavam acima ou abaixo desses valores de referência.

Considerando a totalidade das regiões de saúde, 70% delas já apresentam caso de contaminação pelo novo coronavírus e 30% já têm mortes. Outro dado preocupante é que metade daquelas para onde a covid-19 está se difundindo tem recursos de atendimento abaixo dos parâmetros recomendados para situações de normalidade — o que significa dizer que, para casos de pandemia, elas estão menos preparadas ainda.

Como os municípios pequenos estão tendo um aumento de casos nestas duas últimas semanas, a preocupação dos pesquisadores foi em relação às recomendações de isolamento que estão sendo aplicadas de diferentes formas em cada localidade.

Por isso, de acordo com a pesquisa, quando se pensa em abertura ou liberação da mobilidade das pessoas nos municípios é preciso prestar atenção sempre ao entorno, questionando se as cidades maiores terão condições de absorver os habitantes das pequenas localidades nos serviços de saúde.

É preciso entender essas redes que são criadas pelas próprias necessidades da população, porque diferentes fatores fazem as pessoas transitarem por esses espaços.

Pelos dados de mobilidade, se vê que as pessoas, assim como os vírus, não se prendem aos limites territoriais. Fora das capitais, é comum sair do município em busca de serviços e pode ocorrer também a procura por outros Estados.

Nesse contexto, as medidas de isolamento precisam ser pensadas em conjunto, pois não adiantará um município ou Estado pensar em políticas de saúde separadamente.

São Paulo


No sábado (9), o Estado de São Paulo registrou 3.608 mortes pelo novo coronavírus, com 192 ocorridas em 24 horas. A cada dez vítimas fatais, quatro residiam em municípios do interior, litoral e Grande São Paulo. A proporção é a mesma com relação ao número de infectados, que totaliza 44.411 pessoas em todo o Estado. Das 645 cidades de SP, 409 já têm pelo menos um caso confirmado de COVID-19, e um ou mais óbitos ocorreram em 176 municípios.

Cerca de 500 internações ocorreram nas últimas 24 horas. São mais de 9,5 mil pacientes internados em SP, sendo 3.794 em UTI e 5.734 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a COVID-19 é de 68,4% no Estado de São Paulo e 87,2% na Grande São Paulo.


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