Carlos Gianazzi disse ter acionado MP e TCE contra a medida que, em Bananal, afetará o ensino médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Comunidade local se mobiliza com abaixo-assinado na internet.
Por Ricardo Nogueira
Na última sexta-feira, 22 de novembro, o deputado Carlos Giannazi usou a tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para criticar a decisão da gestão estadual, sob o governo Tarcísio de Freitas e do secretário Renato Feder, de promover o fechamento de salas de aula na rede estadual de ensino. O parlamentar destacou o caso da Escola Estadual Visconde de São Laurindo, única do ensino estadual em Bananal, que terá suas atividades no período noturno encerradas a partir de 2025, afetando o ensino médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
“Não aceitaremos que alunos trabalhadores sejam expulsos das escolas”, afirmou Giannazi, ressaltando que a medida representa um retrocesso na garantia de acesso à educação pública, especialmente para estudantes que precisam conciliar estudos e trabalho.
Em resposta ao que classificou como um “absurdo” projeto de fechamento de salas, o parlamentar anunciou ter acionado o Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que intervenham e tomem providências urgentes. A comunidade escolar e lideranças educacionais também têm manifestado preocupação com o impacto da decisão na oferta educacional da região.
Em Bananal, o discurso do deputado, em vídeo no Youtube, foi amplamente compartilhado no WhatsApp e outras redes sociais.
O governo estadual ainda não se manifestou oficialmente sobre a situação específica da EE Visconde de São Laurindo. A medida já está em curso, pois não estão sendo feitas matrículas em Bananal para o 1º ano.
Abaixo-assinado
Moradores de Bananal estão se mobilizando por meio de um abaixo-assinado online na plataforma Change.org para reivindicar a permanência do Ensino Médio Noturno, a implementação de um curso Técnico em Agropecuária no período noturno e a manutenção da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na cidade. A campanha foi intitulada "Permanência do Ensino Médio Noturno, Obter Curso Técnico em Agropecuária (Noturno) e o EJA em Bananal" e busca apoio de toda a comunidade para pressionar as autoridades por soluções que garantam o acesso à educação.
Os organizadores do abaixo-assinado em Bananal destacam a importância de manter o Ensino Médio Noturno e o EJA, especialmente em uma cidade com características rurais, onde muitos jovens e adultos trabalham durante o dia e só podem estudar à noite. Além disso, eles defendem a criação de um curso Técnico em Agropecuária, alinhado às necessidades econômicas e sociais do município, como forma de oferecer qualificação profissional e fomentar o desenvolvimento local.
Sem a oferta de aulas no período noturno, jovens e adultos trabalhadores terão dificuldades para continuar sua formação educacional. A medida é considerada um retrocesso para a cidade, onde o estigma de que os jovens "não querem estudar" já afeta a percepção da educação no município. Para especialistas e lideranças locais, essa situação agrava um ciclo de baixa escolaridade e poucas oportunidades para as novas gerações.
Impacto na educação e propostas para o futuro
A falta de alternativas educacionais pode comprometer o futuro da juventude e o desenvolvimento de Bananal. A educação é um direito fundamental garantido pela Constituição e deve ser acessível a todos, especialmente àqueles que enfrentam barreiras econômicas e sociais.
Lideranças comunitárias defendem que Bananal precisa de soluções que respeitem a realidade local, como:
- Oferta do Ensino Médio Regular e Técnico no período noturno: Permitir que jovens trabalhadores concluam seus estudos sem prejudicar sua subsistência familiar.
- Criação de um curso Técnico em Agropecuária: Uma formação alinhada à vocação rural da região, preparando os estudantes para o mercado de trabalho local.
- Gestão específica e suporte para o ensino noturno: Garantir estrutura pedagógica e administrativa adaptada às necessidades dos alunos deste período.
- Fortalecimento do EJA (Educação de Jovens e Adultos): Assegurar que adultos que não concluíram o Ensino Médio tenham uma nova chance de finalização e qualificação profissional.
Reflexos no desenvolvimento local
Moradores apontam que a interrupção do ensino noturno pode prejudicar não apenas os jovens, mas o próprio desenvolvimento social e econômico do município. Com acesso limitado à educação, a formação técnica e a qualificação profissional, setores como a agropecuária – principal motor da economia local – podem ser impactados negativamente.
A decisão do governo estadual de encerrar o ensino noturno na escola foi criticada por representantes da cidade. A comunidade espera uma reavaliação da medida e a implantação de soluções que garantam o direito à educação para todos os bananalenses.
Com meta inicial de atingir 500 assinaturas, o abaixo-assinado contava com 287 assinaturas no fechamento desta matéria. Interessados em participar do abaixo-assinado podem acessar a plataforma pelo link https://bit.ly/ensinonoturnobananal ou clicando na imagem abaixo.