
Celebração marca uma semana de luto para prestar homenagens e unir-se em oração por Kelsy, cuja morte, em meio a suspeitas de negligência hospitalar, comoveu a cidade e gerou mobilização por justiça.
Por Ricardo Nogueira
A família de Kelsy Tamires dos Santos, que faleceu aos 37 anos no último domingo (18) após complicações de um quadro de pneumonia, comunicou parentes e amigos sobre a missa de 7º dia, que será celebrada neste domingo (25), às 19h, na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Livramento, em Bananal.
A celebração religiosa será um momento de oração e solidariedade à memória de Kelsy, cuja morte precoce gerou profunda comoção e abriu uma série de questionamentos sobre o atendimento na Unidade Mista de Saúde de Bananal, onde ela procurou ajuda antes de falecer.
“Eu queria minha filha viva”: dor, indignação e busca por justiça
Ao longo da semana, a mãe de Kelsy, Vicentina Rosa dos Santos, tem usado as redes sociais para expressar sua dor, agradecer o apoio e solidariedade que tem recebido e reafirmar que seu posicionamento na busca por justiça não se trata de política ou interesse pessoal, reforçando a cobrança por justiça. “Não quero derrubar prefeito, não quero dinheiro, não quero mídia. Eu queria a minha filha viva pra cuidar dos dela”, desabafou.
Ela afirma possuir atestado de óbito que confirma a causa do falecimento, e sustenta que a morte foi consequência de negligência hospitalar: “Entrei com minha filha na unidade passando mal e muito grave, e perdi minha filha por negligência, de um erro hospitalar e humano.”
Rosa ainda destacou que não será manipulada politicamente, rechaçando qualquer tentativa de deslegitimar sua dor. “Sou mãezona, tudo por eles. As pessoas acham que estou sendo manipulada, mas sei muito bem o que falo, faço e respondo. Sou uma pessoa difícil pra ser fantoche”, declarou. “Minha filha está descansando. Se quiserem de mim respeito, terão. Sou pessoa de bem, graças a Deus.”
A família detectou narrativas espalhadas pela cidade de que sua dor e suas exigências por justiça seriam manipulações políticas de terceiros.
“Mãe não vai descansar”
No sétimo dia após a morte da filha, a mãe compartilhou um relato emocionado sobre o vazio deixado por Kelsy:
“Sete dias sem você, sem uma ligação, sem uma bronca. Seu sorriso... Mãe não vai descansar. Lutarei por você sempre”, escreveu. Ela relatou que os filhos de Kelsy estão com ela: “Leandro, Miguel é forte. Liz já te deu nome: Estrelinha Vermelha. Pede pra rezar por você. Robson ainda está perdido. Seus irmãos, dos quais era conselheira, estão arrasados.”
No mesmo texto, reforçou: “Filha, estou aqui pra respirar por você. Dizem que era sua hora, mas eu sei que não era. Fique em paz. Justiça por você, filha.”
Cobrança por mudanças na saúde pública
Rosa também dirigiu críticas ao sistema de saúde local e à escolha de futuros gestores:
“O futuro Secretário de Saúde tem que saber as necessidades do povo. Se não souber administrar, perde o controle e a casa cai”, declarou. A mãe exige competência, estrutura e responsabilidade na condução da saúde pública, especialmente na linha de frente do pronto atendimento.
Cabe salientar que o atual Secretario, ao menos oficialmente, não foi exonerado, mas afastado das funções pelo prefeito. Uma medida de caráter temporário.
“Saúde não é brincadeira”
Na sequência de suas postagens, Rosa reforçou o propósito de seguir em frente com a luta por justiça:
“Eu quero justiça sim. Só vou ter paz depois que honrar o nome da minha filha. Saúde não é brincadeira. A minha dor jamais vai passar.”
A Gazeta de Bananal seguirá acompanhando o caso, ouvindo todos os lados, e atualizando a população com transparência e responsabilidade. Uma entrevista com o prefeito foi solicitada na última sexta-feira, por e-mail para o gabinete. A assessoria do prefeito respondeu que irá avaliar o melhor dia e horário e retornaria com o agendamento.