A saudade do Monsenhor Cid.

Primeira página da Gazeta de Bananal com a cobertura da morte do Monsenhor Cid.

  Em seu quinto mês de existência a Gazeta de Bananal teve a dolorosa e árdua missão de cobrir a morte e o sepultamento do Monsenhor Cid França Santos.

  Na próxima semana o blog irá disponibilizar a integra da histórica edição de nº 9 do jornal, que circulou uma semana depois do sepultamento.

  A história de vida e sacerdócio, a apreensão da população com seu estado de saúde, a noticia de sua morte, a missa de corpo presente, o sepultamento e as declarações de pessoas próximas a ele, fizeram o conteúdo daquela edição.

  Por isso, o blog se vale da ocasião para apresentar mais um recurso de leitura, com as páginas originais, em arquivo pdf.

  O editorial daquela edição, que em poucas palavras soube traduzir o sentimento que tomou conta da cidade, foi escrito pelo Dr. Pindaro Neri Tressoldi Nogueira e é reproduzido abaixo como forma de retratar o clima com o qual aquele trabalho jornalístico foi desenvolvido pela equipe da Gazeta de Bananal.

SAUDADE.

Píndaro N. T. Nogueira

Nós o recordamos dos tempos de criança.
Das brincadeiras e das estórias que nosso grande amigo contava, sentado à porta da Igreja, logo após a reza.
Ele sempre estava lá, sorrindo e olhando as suas “ovelhinhas”, como sempre dizia.
Conhecia cada uma delas e, sempre quando necessário chamar a atenção de alguém, o fazia com extrema bondade, sem nunca perder a calma. “Cuidado, não faça isso, você pode se machucar”.
Nas suas estórias sempre nos confortava e podíamos dormir mais felizes e tranquilos.
O tempo foi passando e nós não percebemos que ele estava envelhecendo. A expressão calma de seu rosto, o semblante tranqüilo, o sorriso amigo em seus lábios, continuavam, porém.
Nós crescemos, nos educamos com ele, constituímos família dentro dos ensinamentos que sempre ministrara.
Prestou relevantes serviços ao nosso povo, sempre pregando a Paz e o Amor.
Já com a saúde minada pela doença que o acometeu, ainda assim prosseguia lutando e cumprindo aquilo que julgava sua missão.
Nunca podíamos imaginar que ele estivesse tão perto de cumprir uma outra missão, muito mais importante, ao lado do Criador.
Para nós, em nossa concepção, ele era imortal, nunca iria nos deixar.
Agora ele se foi, mas temos a certeza de que, realmente, ele é imortal. Porque se não o enxergamos diante de nossos olhos, agora podemos senti-lo em nossos corações, através de tudo aquilo que pregou em vida.
Quando passarmos pela nossa Igreja Matriz, não o veremos mais.
Mas sabemos, sentimos que ele está lá, nos observando e cuidando para que nada de mal nos aconteça e ao nosso povo.
Descanse em Paz, Monsenhor Cid.

A sua bênção.
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