Fogo assola Sertão da Bocaina e ameaça Estação Ecológica de Bananal.


Um incêndio de proporções gigantescas vem assolando o Sertão da Bocaina em Bananal e já pode ser considerado o mais grave a atingir a vegetação nativa e as nascentes do local. Há preocupação das chamas atingirem de forma irreversível a Estação Ecológica de Bananal. O fogo também já se aproxima das casas do bairro Cantagalo, no perímetro urbano.

A devastação entra em seu terceiro dia, mesmo após a corajosa e perseverante ação de voluntários. Há relatos de chamas que alcançaram cerca de 30 metros na noite de ontem (20). O fogo queima parte da Mata Atlântica, no local denominado Serra dos Palhares, onde existem várias nascentes que alimentam o rio Bananal, afluente do rio Paraíba do Sul.

Bombeiros de Cruzeiro chegaram na manhã desta quinta-feira (21) à cidade e se dirigiram à Prefeitura para analisar os relatos sobre o incêndio e definir as estratégias de combate às chamas. Não está descartado o apoio aéreo, do helicóptero Águia. Nos últimos dias, a estrutura da corporação foi empregada, prioritariamente, em ocorrências nos municípios de Cruzeiro, Lavrinhas e Cachoeira Paulista, não conseguindo atender prontamente aos chamados de Bananal.  

O combate ficou então restrito, mais uma vez, à ação de voluntários compostos por moradores e integrantes de entidades como a AMOVALE (Associação de Moradores do Vale da Bocaina), AMPSA (Associação de Moradores do Vale do Ariró) e equipe da EEB (Estação Ecológica de Bananal).

A Gazeta de Bananal recebeu áudios dos voluntários, que entraram pela noite na ação, relatando o combate ao fogo. Num deles, o gestor da Estação Ecológica, Thiago José Filete Nogueira, informa que proprietários locais liberaram funcionários e conclama a mobilização de todos para debelar as chamas ainda hoje, visando impedir que elas avancem sobre a Estação. (ouça abaixo) 


Áudio de outro voluntário, cuja voz demonstra nítido cansaço, relata os estragos sobre uma extensão enorme da floresta, e classifica o incêndio "com uma ferocidade absurda". Demonstra preocupação com a possibilidade de focos ressurgirem devido à temperatura elevada e considera imprescindível a ajuda de apoio aéreo. (ouça abaixo) 


Segundo avaliação dos voluntários, o fogo se alastrou anteontem no local denominado Fazendinha, perto do Rodriguinho e pela SP-247 nas imediações do km 5,5, onde levou risco à plantação de cedro da Fazenda São Francisco.

Desde então, os focos se alastraram pela vegetação ao longo de 72 horas. Em rede social da AMOVALE, a moradora Mariana Roquette Pinto externou a dimensão da ocorrência: "(...) As chamas se espalharam rapidamente e estão muito altas. Ameaçando até chegar à Estacão Ecológica. Vamos precisar de ajuda do Exército para o rescaldos via aérea, senão a floresta vai toda embora. Já chegou na mata nativa. É uma tragédia!!"








Fotos: AMOVALE

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