Saiba como está o avanço do coronavírus em Bananal, na região e no país.


Brasil tem 77 mortes e 2.915 casos confirmados de coronavírus

Da Redação com informações de Jonas Valente, Repórter da Agência Brasil - Brasília 

Em dia de notícias muito ruins no âmbito regional e nacional, Bananal atualizou seu boletim epidemiológico com os mesmos dois casos suspeitos anunciados há cinco dias. Os resultados dos exames colhidos de um funcionário que atua no setor da saúde e de uma criança ainda não saíram e ambos seguem em isolamento. Prefeito e Secretário da Saúde declararam em vídeo que os casos não avançaram, após o "susto" do anúncio no domingo, graças à adesão da população, em sua grande maioria, às instruções de se evitar aglomerações e manter distanciamento social.

Outra novidade foi o anúncio da Prefeitura de Barra Mansa de que foram descartados todos os casos suspeitos registrados no município.

No entanto, as notícias satisfatórias ficam por aí. O quadro começa a se agravar de forma rápida. 

Em âmbito regional, pelo lado do Sul Fluminense foram confirmados mais 10  casos de Covid-19 em Volta Redonda. Somando agora 18 infectados, o município figura entre os três com maior número de casos confirmados no estado do Rio e entre os 20 do país.

Pelo lado paulista do Vale do Paraíba, a RM Vale confirmou a primeira morte em decorrência da Covid-19. Um homem de São Paulo, que visitava parentes em Taubaté, faleceu após ficar internado naquela cidade. Outras cinco mortes na região aguardam o resultado dos exames para confirmar a causa. Agora são 15 os casos confirmados da doença na RM Vale, distribuídos em São José dos Campos (11), Taubaté (1), Jacareí (1) e São Sebastião (2).

Brasil
  
No país, a espiral de evolução da doença já começa a dar picos nos registros do número de casos e de mortes, com o Ministério da Saúde deixando claro que o próximo mês será muito difícil para a população.

Ontem (26) completou um mês do primeiro caso confirmado  do novo coronavírus (covid-19) no Brasil. Durante este período a pandemia produziu 77 mortes, conforme atualização do Ministério da Saúde divulgada ontem (26). A taxa de letalidade é de 2,7%.
Anteontem, as mortes já haviam se expandido para além de São Paulo e do Rio de Janeiro, com falecimentos em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e no Amazonas.

O secretário de Vigilância em Saúde, Luiz Henrique Mandetta, retificou o número de mortes no país. No relatório constava 78 óbitos, com um caso no Distrito Federal. Mas o secretário afirmou que o registro foi feito por engano e que DF não tem morte por covid-19.

Considerando um mês após o primeiro infectado, o Brasil fica atrás da China (213 mortes e 9.802 casos) mas à frente da Itália (29 mortes e 1.694 casos).

O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, afirmou que a comparação entre Brasil e Itália deve ser ponderada por uma série de aspectos, como pelo fato dos países terem faixas etárias diferentes (a Itália com mais idosos) e pelo Brasil ter mais leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) do que aquele país.

“O fato de termos mais casos não significa nada. Nós começamos de forma mais lenta, mas em compensação a Itália teve crescimento abrupto, que esperamos que nós não tenhamos. Pode ser que daqui a uma semana, nossa situação seja muito melhor que a Itália. Temos uma expectativa que nós não vamos ter número de óbitos proporcional que Itália está tendo. Precisamos esperar mais algumas semanas”, respondeu.

O total de casos confirmados saiu de 2.433 ontem para 2.915 casos. O resultado de hoje marcou um aumento de 54% nos casos em relação ao início da semana, quando foram contabilizadas 1.891 pessoas infectadas.

Do total de mortes, 58 foram em São Paulo, nove no Rio de Janeiro, três no Ceará, três em Pernambuco, uma no Amazonas, uma no Rio Grande do Sul, uma em Santa Catarina e uma em Goiás. 

Como local de maior circulação do novo coronavírus no país, São Paulo também lidera o número de pessoas infectadas, com 1052 casos confirmados. Em seguida vêm Rio de Janeiro (421), Ceará (235), Distrito Federal (200), Rio Grande do Sul (158) e Minas Gerais (153).

Também registram casos confirmados Santa Catarina (122), Bahia (104), Paraná (102), Amazonas (67), Pernambuco (48), Espírito Santo (39), Goiás (39), Mato Grosso do Sul (25), Acre (24), Rio Grande do Norte (19), Sergipe (16), Pará (13), Alagoas (11), Mato Groso (11), Maranhão (10), Piauí (nove), Roraima (oito), Tocantins (sete), Rondônia (cinco), Paraíba (cinco) e Amapá (dois).

Balanço de 1 mês de coronavírus

A avaliação da equipe do Ministério da Saúde é que o avanço do número de casos de coronavírus tem sido abaixo da expectativa, com evolução de 33% a cada dia. Desde o 100º caso,  a média foi de 31% por dia. Nesta semana, houve dias em que os números subiram abaixo dos 20%. Contudo, o secretário de vigilância e saúde, Wanderson de Oliveira, lembrou que isso se deve também ao fato dos testes que detectam a doença estarem sendo destinados a casos mais graves. Com o aumento dos exames anunciado ontem, a perspectiva é que o número seja elevado. 
Ele ressaltou como pontos positivos do enfrentamento à pandemia no país a força do sistema de saúde, a capacidade de detectar “oportunamente” o surto, a disponibilização de material para assistência e as ações para atenção primária. Já entre os pontos negativos ressaltou o fato de nos últimos anos não ter havido investimento na automatização de laboratórios centrais. 

Perspectivas para o próximo mês

A perspectiva para próximo mês é que a epidemia aumente no Brasil, uma vez que o país está no início da curva de crescimento pela qual outras nações já estão passando, como Estados Unidos, Itália e Espanha. A equipe disse que não anunciará projeções de casos, mas adiantou que deverá haver mais mortes e mais casos.
“Vamos ter 30 dias muito difíceis. Não vamos conseguir reduzir em 30 dias. Vamos enfrentar isso. É difícil fazer previsão. Essas simulações são muito precoces para fazer. O número de casos depende de variáveis da transmissão e do número de testes. Agora não vamos fazer previsão de quanto teremos em 30 dias. Nossa intenção é fazer que a curva reduza o máximo possível”,  declarou João Gabbardo dos Reis. 
Um problema adicional na avaliação da equipe é o fato desse próximo período de crescimento da curva do novo coronavírus coincidir com o pico de casos de dengue e com a epidemia de influenza. Será, como definiu o secretário Wanderson de Oliveira, uma “tempestade perfeita” que demandará uma atuação voltada às três doenças. 
“Teremos coronavírus, influenza e pico de dengue. Estamos com três epidemias simultâneas. Aproveitem que estão em casa e limpem o quintal, eliminem focos de dengue e vacinem-se conforme o calendário. Se faltou vacina, converse com gestor e pergunte que dia que tem que voltar”, recomendou o secretário.

Evolução do coronavírus no Brasil

Evolução semanal


Evolução por região



Perfil e internações

Do total de mortos, 67,8% eram homens e 32,2%, mulheres. No recorte por idade, 10% tinham abaixo de 60 anos e os outros 90%, acima. A faixa com maior número de óbitos até o momento foi a de 80 a 89 anos.

No tocante às complicações, a maioria (61%) estava relacionada a doenças cardíacas, seguidas por diabetes (39%) e pneumopatia (25,4%). 
Já no quesito internações, de acordo com o último dado computado pelo Ministério da Saúde havia até ontem 391 pessoas internadas em razão da covid-19. Dessas, 92%, ou 341, estão em estado grave. Deste total, 124 estão com complicações relativas a doenças cardíacas, 82 relacionadas à diabetes, 31 com pneumonia, 31 como imunodepressão e 15 com doenças renais crônicas. Além destas, há comorbidades como doenças renais e hepáticas crônicas, asma e obesidade. 



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