Na confissão, homem de 23 anos e adolescente de 17 prestaram depoimentos divergentes sobre as respectivas condutas ao constatarem que a bebê estava morta
Por Ricardo Nogueira
Um casal residente em imóvel próximo à estrada para a Fazenda Capoeirinha, zona rural de São José do Barreiro, foi preso pela polícia na tarde de segunda-feira (20/3), após confessar a morte da própria filha, de 7 meses, na noite anterior. O homem de 23 anos e a companheira, adolescente de 17 anos, tentaram apresentar a versão para a polícia de que a filha teria sido sequestrada por dois homens. Após questionamentos dos investigadores, o casal acabou confessando o crime, revelando ter enterrado o corpo na parte externa do imóvel onde residem.
O trabalho investigativo foi realizado em conjunto pelas equipes das Delegacias de Bananal e de São José do Barreiro. Uma cooperação efetiva e costumeira em situações como essa.
O próprio casal procurou a Delegacia de São José do Barreiro para apresentar uma denúncia de sequestro. Na falsa versão, eles alegaram que o bebê não parava de chorar e resolveram levá-lo para a casa da avó paterna. No caminho, teriam sido abordados na estrada de terra por dois homens anunciando assalto. Como não tinham posses, os homens teriam resolvido sequestrar a criança. Durante o testemunho, os policiais desconfiaram do relato e, após algumas contradições, o casal confessou o crime. Os dois foram apreendidos por homicídio, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime. Após a confissão, uma equipe policial foi ao local do crime e encontrou o corpo da criança enterrado na área externa da casa.
Versões diferentes na confissão
Após confessarem o crime que vitimou a própria filha, Carlos de 23 anos e C. F. de 17, apresentaram versões diferentes para a polícia. Os dois relataram que a motivação foi a criança não parar de chorar. A partir daí, os depoimentos divergem.
A mãe declarou que estava no banho e viu o companheiro jogar a criança sobre um colchão que ficava no chão. Ao sair do banheiro, viu uma cabeceira de cama, que ficava encostada na parede, caída sobre a cabeça da bebê e constatou que ela estava sem vida. Disse que o companheiro sugeriu ocultar o corpo, cavando um buraco para enterrá-lo e inventar a versão de sequestro para a polícia. C.F. também alegou que, por ter sido ameaçada pelo companheiro não procurou a policia ou atendimento para a criança numa unidade hospitalar.
Já o pai da bebê detalhou que o casal teria consumido bebidas alcoólicas e fumado maconha. Como a bebê não parava de chorar, Carlos teria jogado a filha no colchão e foi chamado pela esposa para tomarem banhos juntos. Ao sair do banho, viu a cabeceira de cama sobre a testa da bebê e constatou que estava morta. Eles teriam decidido dormir antes de resolver o que fazer. De manhã, teriam concordado em enterrar o corpo e, juntos, se dirigirem à Delegacia para apresentar a falsa versão de sequestro para a policia.
Em seguida, o casal foi transferido para a Delegacia de Bananal. Nesta terça-feira, o homem passou por audiência de custódia no Fórum e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. O caso da mãe da bebê, por ser menor de 18 anos, correrá em segredo de justiça.
*Matéria atualizada às 18h45 para acréscimo de informações.