Ataque em escola da capital deixa aluna morta e três feridos em SP



Aluno da própria escola teria utilizado arma do pai para os ataques por sofrer bullying

Da redação, com informações da Agência Brasil e do Governo de SP

A Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, foi alvo de um ataque a tiros na manhã desta segunda-feira (23/10). Uma aluna morreu e três estudantes ficaram feridos. Segundo o governo paulista, um dos alunos se machucou ao tentar fugir do ataque. Todos os feridos foram levados para o Hospital Geral de Sapopemba.

Segundo nota divulgada pelo governo estadual, a Polícia Militar prendeu o autor dos disparos e a arma usada no crime, que seria de seu pai. O nome dele e os das vítimas ainda não foram divulgados. Ele foi apontado como aluno do 1º ano do ensino médio e teria alegado estar sofrendo bullying na escola. Outro jovem está foragido.

O jovem detido foi levado para a delegacia do bairro. A notícia se espalhou rapidamente pela região, e pais de estudantes, desesperados, foram para a frente da escola buscar seus filhos.

Um helicóptero Águia da PM e várias viaturas da corporação foram mobilizados. O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, chegou ao local por volta de 9h30.

Em nota, o governo de São Paulo lamentou o episódio e se solidarizou com as famílias das vítimas. “Neste momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares”, informou.

“Durante o ataque a tiros, três alunos foram atingidos. Uma aluna morreu e outros três feridos estão sendo atendidos no Hospital Geral de Sapopemba. Um deles se machucou ao tentar fugir durante o ataque”, disse o governo.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também usou a rede social X para expressar solidariedade às vítimas, famílias e à comunidade escolar. Segundo o ministro, “o Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça foi acionado para auxiliar a polícia de São Paulo a aprofundar as investigações”.

165 ataques evitados desde abril

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse, após visitar a escola em Sapobemba, que foram evitados, desde abril, 165 ataques a escolas no estado. “Em algumas situações, a gente chegou a recorrer ao judiciário para ter operação de busca e apreensão e aprendermos armamento”.

Ele se disse “consternado” com o novo ataque. Segundo Tarcísio, desde março, quando uma professora foi morta por um estudante na zona oeste paulistana, foram tomadas diversas medidas para evitar a repetição dos atentados.


Ao longo deste ano, o governo contratou 550 psicólogos para atuar nas 5,3 mil escolas do estado. Segundo Tarcísio, deve ser feito um aditivo a esse contrato para aumentar o número de profissionais disponíveis.

Além disso, o governador quer facilitar os meios para que os professores e trabalhadores possam pedir ajuda em caso de problemas, como o botão do pânico. “A gente já tem um botão que foi criado com a Secretaria de Segurança Pública. A gente vai é tentar criar a mesma facilidade no aplicativo da educação para ver se a gente conecta os dois dispositivos”.

Após este novo atentado, o governador diz que pretende rever as ações tomadas até o momento. “Rever tudo que a gente está fazendo para que a gente evite novas ocorrências. A gente não pode deixar que esse tipo de coisa aconteça, a escola tem que ser um local seguro, tem que ser um local de convivência. A gente tem que ter a habilidade de desenvolver nos alunos capacidade para enfrentar situações do dia a dia. A gente tem que combater o bullying. A gente tem que combater homofobia”, ressaltou.

O governador também confirmou que o revólver que efetuou os disparos no ataque era do pai do aluno e foi registrado em 1994.

(matéria atualizada às 17h34)
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