"Ranchão" omitiu que a Gazeta atendeu parcialmente o seu pedido e deixou de mencionar esclarecimento de que matéria publicada em 6 de junho não visou apresentar pré-candidatos, mas sim projetar a consolidação de candidaturas 4 meses antes das eleições
Por Ricardo Nogueira
O "pré-candidato" do PDT às eleições municipais para prefeito de Bananal, Edson Aguiar (Ranchão), publicou em suas redes sociais uma "nota de repúdio" à Gazeta de Bananal para demonstrar inconformismo com a matéria intitulada "Faltando 4 meses para as eleições municipais, quadro político em Bananal aponta para 4 candidaturas a prefeito(a)", veiculada no dia 06 de junho.
Ranchão, que em 2020 foi o candidato menos votado para prefeito em Bananal, angariando 7,42% dos votos válidos - percentual inferior ao de outros 3 candidatos e também ao de votos nulos (8,16%) -, reclamou que se considera prejudicado por não ter sido incluído na matéria. O partido sob sua coordenação em Bananal, o PDT, também não conseguiu eleger vereador na Câmara.
No conteúdo em que expõe seu inconformismo, o pedetista omite que o jornal publicou uma nota, na mesma matéria, horas depois do seu pedido, e deturpou colocações feitas a ele pelo editor da Gazeta, Ricardo Nogueira, que assina a matéria. A troca das mensagens em texto está registrada no aplicativo WhatsApp.
Ranchão também teceu considerações sobre o que considera ser ético no jornalismo e afirmou que o jornalista que escreveu a matéria tem "ligações" com um dos pré-candidatos a prefeito.
A matéria que melindrou o pedetista foi veiculada às 22 horas de 06 de junho. Por volta da meia-noite, Ranchão enviou mensagem no WhatsApp do editor da Gazeta indagando o porquê de sua pré-candidatura não ter sido incluída e pediu que fosse feita uma "retificação".
Prontamente, o jornalista esclareceu que não havia nada a ser "retificado" porque a matéria não foi pautada para listar "pré-candidaturas", mas sim para elaborar uma projeção do quadro político, faltando 4 meses para o pleito. Foi salientado ao reclamante que a própria manchete mencionava candidaturas, e não pré-candidaturas, numa projeção do quadro político que se desenha atualmente, apontando para os quatro candidatos mencionados.
Esses esclarecimentos foram omitidos por Ranchão em sua "nota de repúdio".
Na sequência da conversa pelo WhatsApp, já no início da madrugada do dia 7, Ranchão insistiu, afirmando que podia garantir que já é certa a sua candidatura pelo PDT e considerava que a matéria deveria fazer menção à sua pré-candidatura.
A condição de "pré-candidato" é uma expectativa do postulante a concorrer nas eleições, pois ele precisa ter seu nome aprovado em convenção do partido. Ranchão afirma que sua candidatura a prefeito "já é certa", o que causa estranheza para quem acompanha as articulações que ele mesmo tenta fazer nos bastidores políticos de Bananal e passam longe de ter seu nome na cabeça da chapa.
De forma respeitosa, foi reafirmado ao reclamante o contexto da pauta: a matéria não era sobre pré-candidatos a prefeito. Ela foi elaborada para traçar a atual conjuntura política que aponta para a consolidação de 4 candidaturas. Também foi colocado que a matéria é apenas a primeira de muitas abordando as eleições em Bananal. O editor da Gazeta salientou que o jornal acompanharia a evolução de sua pré-candidatura. Ranchão finalizou a conversa dizendo que iria aguardar então.
Em seu "repúdio", Ranchão resumiu os fatos acima descritos com a seguinte narrativa deturpada: "... a resposta dele (autor da matéria) foi que iria ver como é que seria a performance da minha pré-candidatura e depois iria ver se iria postar ou não. Não quis fazer retificadora, enfim...".
Esta colocação de "Ranchão" é deturpada e falsa.
Em nenhum ponto do texto da mensagem encaminhada a ele pelo WhatsApp foi colocado no condicional que o jornalista "iria ver" se postaria a mensagem. Até porque, logo de início foi esclarecido que não havia nada a ser retificado. Após a explicação de que a matéria não pretendia apresentar pré-candidatos, mas sim o quadro político que aponta a consolidação de 4 candidaturas, foi reafirmado a ele que o conteúdo não seria alterado e que o jornal acompanharia a evolução de sua pré-candidatura. O editor da Gazeta fez uma afirmação e não uma colocação condicional.
Horas depois da publicação da matéria, mesmo não sendo o caso de qualquer retificação, o jornal considerou que seria oportuno mencionar aos leitores o contato feito pelo pedetista, para o caso de outras dificuldades para compreender o teor do conteúdo.
A Nota da Redação (veja abaixo), incluída no final da matéria às 12h46 do dia 7 de junho, atendendo parcialmente a reclamação feita na madrugada pelo WhatsApp, também foi omitida por Ranchão em seu "repúdio".
A Gazeta de Bananal, ao longo de seus 37 anos de fundação, sempre se pautou pela ética e imparcialidade, incluindo dezenas de coberturas em eleições. Sempre em observância ao regramento da justiça eleitoral, dando espaço igualitário aos candidatos em reportagens e entrevistas. Aí incluídos casos de maior contundência no trato com alguns candidatos e retaliações de políticos incomodados com a linha editorial do jornal.
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A Gazeta de Bananal sempre primou pela defesa da democracia, da transparência e da pluralidade de opiniões, aceitando, com serenidade, críticas e até xingamentos de apaniguados políticos. Da mesma forma, nunca abriu mão de se posicionar quando questionado o bem maior de um veículo de comunicação: a sua credibilidade.
A todos que pleiteiam o cargo de prefeito, sempre foi - e sempre será - garantido um espaço igualitário e justo nas coberturas eleitorais.
Não apenas em respeito aos candidatos e ao processo democrático, mas também à confiança depositada pelos milhares de leitores da Gazeta de Bananal, numa relação de credibilidade construída com retidão, sacrifício e independência, que perdura há quase 4 décadas.
As coberturas e matérias da Gazeta de Bananal são respaldadas por critérios éticos, colhidos e checados junto a variadas fontes.
E é nessa linha que aquela matéria foi elaborada - sem necessidade de qualquer retificação -, projetando de forma fidedigna o quadro político que vai se desenhando neste momento, mencionando futuros candidatos que não gravitam nos bastidores em pré-candidaturas alheias e nem tentam articular composições nas quais se manteriam como coadjuvantes.
