Jorge Vercilo fez show memorável em Bananal.


Um público privilegiado assistiu ontem a um dos melhores shows já realizados em Bananal.

Pelo Circuito Cultural Paulista, projeto da Secretaria de Estado da Cultura, ao longo deste ano a cidade foi agraciada com uma série de espetáculos de teatro e música, organizados com o suporte da Prefeitura.

Ontem foi a cereja do bolo: um espetáculo com Jorge Vercilo.

Um show memorável.

Escrever sobre o alto nível da obra musical do cantor, compositor e violinista Jorge Vercilo é chover no molhado. Um talento raro, de carisma filosófico, letras de qualidade, que além do amor, entoam a paz, a harmonia, o respeito ao planeta, a justiça entre os homens.

Certamente a maior parte do público foi atraída por sucessos como "Que nem Maré", "Homem Aranha", "Encontro das Águas", "Fênix" e dezenas de outros sucessos emplacados em novelas e seriados.

Em shows abertos ao público a expectativa é de se cantar e vibrar com grandes sucessos. Mas ontem em Bananal público e artista foram um pouco mais além. 

O público, por captar a essência do show.

O artista, por demonstrar um profissionalismo raro, com humildade e respeito ao público. Tocou em Bananal como se estivesse no Canecão ou em outro evento de primeira grandeza.

Os que conhecem seu trabalho musical sabem que Vercilo tem muito a dizer, em clima de sabedoria oriental. 

Os que pouco conheciam sua obra, descobriram um cara de conteúdo ímpar, fonte de letras e músicas de uma quilate que há muito não se vê.

No show, mesclou os sucessos com apresentação de músicas do álbum mais recente. 

No palco montado à frente do Solar Aguiar Valim, além do talento, Jorge Vercilo esbanjou simpatia e interagiu abertamente com o público. A empatia foi instantânea.

Público, aliás, beneficiado por ficar literalmente à beira do palco, bem próximo ao artista.

"Que coro lindo", elogiou quando cantavam seus refrões. E dessa forma, mesmo com um show sereno, fez a platéia vibrar. Atendeu pedidos de músicas, ironizou - com classe - o polêmico pastor Marcos Feliciano e traçou seu perfil em rápidos e precisos comentários, com críticas à espionagem americana e às autoridades "a nível de planeta" pelas desigualdades humanas. Também se manifestou pela paz e pela defesa da "Mãe Terra".

" O homem precisa aprender que não pisa sobre uma rocha, mas sobre um ser vivo que é o nosso planeta", enfatizou sob aplausos calorosos.

No final foi aclamado com os costumeiros pedidos de "bis". Voltou, cantou mais sucessos e deixou o palco com o rastro marcante de sua obra, brasileira e transcendental.

Genialidade pura.

 


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