Burocracia impede homologação da situação de emergência em Bananal.

Treze dias após o decreto municipal que declarou situação de emergência em Bananal, os trâmites burocráticos impedem a sua efetiva homologação. Para ser reconhecido, o decreto do prefeito precisa ser avalizado pelo governador do estado após criteriosa análise da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e da Casa Militar.
Esses órgãos estaduais aguardam o preenchimento de relatórios e documentos por parte da Defesa Civil do município em conformidade com suas normas internas, de difícil entendimento para quem não está habituado. São relatórios preliminares sobre os danos ocorridos por todo o município e um documento chamado AVADAN (Avaliação de Danos) com uma série de perguntas e cálculos, alguns baseados no PIB do município, para comprovar se os estragos realmente chegaram ao ponto de emergência. Qualquer incorreção no preenchimento, segundo a ótica daqueles órgãos, acarreta na devolução dos papéis e o inicio de um novo procedimento pelo município. Essa complexidade burocrática é difícil de ser conciliada com as ações paralelas de atendimento a ocorrências e assistência às pessoas atingidas.
De dezembro até hoje, o saldo é de uma família desabrigada (na Vila Bom Jardim) e outras 3 desalojadas. Essas últimas foram acolhidas em casas de parentes.
Outro ponto a ser observado é que, segundo uma fonte ouvida pelo blog, a Coordenadoria Estadual enviou menos material do que o solicitado pela Defesa Civil municipal. Kits de botas, lonas, coletes, capas de chuva e bonés para as equipes locais foram insuficientes. Outros materiais solicitados, como colchonetes, cobertores, roupas e cestas básicas para atendimento às famílias não foram enviados ou chegaram em pouca quantidade. A situação só não ficou crítica graças ao apoio de equipes de São José dos Campos e a direta interferência de comandantes com estreito laço de amizade com Bananal.
Em relação aos reparos na ponte de ligação para o bairro Laranjeiras, cuja cabeceira foi danificada pela força das águas, a administração municipal tentará obter recursos junto à Defesa Civil do Estado. No momento, foi providenciada uma passarela, em caráter provisório, para os pedestres. Com isso, a passagem de veículos não tem previsão de data para voltar a ser utilizada. 
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