A Secretária Municipal de Saúde
de Bananal, Sarah Bruno, relatou, em entrevista, a existência de 10 casos
confirmados de dengue no município. Outros 23 casos suspeitos ainda não foram
confirmados por exames laboratoriais.
A Secretária revelou os números
em entrevista ao jornalista Ricardo Nogueira durante o jornal da rádio Estância
do dia 24 de fevereiro. (ouça a entrevista no player abaixo, no final da matéria)
Ela detalhou os procedimentos
adotados em relação ao atendimento dos casos suspeitos e também as ações que
estão sendo adotadas por equipes do controle de endemias e de saúde da família
nas áreas consideradas de maior risco. Ao mesmo tempo, salientou o quanto é
importante a participação popular nas ações de combate ao Aedes Aegypti,
eliminando ao máximo os criadouros do mosquito.
Após informar que o número de
casos confirmados havia subido de 4 para 10 com a chegada de novos resultados
de exames, Sarah Bruno explicou como funciona o trâmite do protocolo estabelecido
pelo Ministério da Saúde.
“O paciente chega hoje na Unidade
Mista com os sintomas da dengue e o médico já o trata como suspeito. É
colhido um exame de sangue e ali não é feita a sorologia para detectar a
dengue. Ali é realizado o monitoramento do número de plaquetas, se houve queda
no número de plaquetas. Até 150 mil é considerado normal. O resultado sai na
hora no laboratório da Unidade, e então o médico já notifica como caso suspeito
de dengue. Após 5 dias o paciente retorna, o sangue é colhido novamente e esse
exame é encaminhado para o Instituto Adolpho Lutz, em Taubaté. Isso é um
protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. Lá no Instituto é feita a
sorologia para a dengue. Nesse intervalo, do 1º dia até o 5º dia, o médico
ainda pede que o paciente retorne para um controle de plaquetas a cada 2 dias.
No 5º dia é feito então o encaminhamento para Taubaté”.
Sarah Bruno informou também que a
equipe de vigilância epidemiológica do município solicitou ao Adolpho Lutz que
encaminhe o resultado dos exames por e-mail, visando maior celeridade na
constatação dos casos. “Isso é importante porque quando a doença é constatada,
a equipe do controle de endemias do município é acionada, vai até onde a pessoa mora e é
feito um bloqueio por nebulização, não com o carro (fumacê) mas com equipamento
costal para entrar no domicílio e realizar o trabalho num raio de 500 metros do local da notificação . Por isso, é
importante as pessoas que tenham feito exames em laboratórios particulares
também informarem à Secretaria de Saúde no caso de seus exames darem resultado
positivo.”
“As notificações são lançadas num
sistema, que é o SisaWeb e informado ao Ministério da Saúde quantos casos no município. A ação é de responsabilidade do município, mas existe
um protocolo a ser seguido, estabelecido pelo Ministério da Saúde. Nós temos
que trabalhar obedecendo esse protocolo e a Secretaria trabalha em cima de
indicadores e as notificações são muito importantes para o trabalho”, disse ela.
Sarah Bruno enfatizou que a grande
maioria dos casos confirmados é de um único local, o bairro Boa Esperança, nas
localidades da Palha e Timborê. Lá estão intensificadas as ações de combate a
criadouros, efetuadas pelas equipes do controle de endemias.
Sobre o tratamento dos pacientes a
Secretária informou que hoje o Ministério da Saúde já determina o tratamento de
hidratação nos casos suspeitos. Antes, o tratamento só iniciava mediante a
confirmação da doença.
Sarah Bruno refutou comentários de que a Prefeitura está escondendo o número de casos na cidade. “Se antes isso
era feito, eu não sei. O que importa é que hoje isso não existe. Não há o menor
interesse em se esconder casos. Não tem como esconder a dengue. O Poder Público está fazendo a parte dele no atendimento médico, nos exames, nas notificações. É constatando o problema que vamos buscar
resolvê-lo e isso passa pela ciência da população sobre os casos. E é a
população o principal agente de combate à dengue. Eu até apelo para as pessoas nos procurarem para denunciar locais que estejam oferecendo riscos.”
Segundo o Ministério da Saúde,
com a volta das chuvas, o número de casos de dengue aumentou 57% em todo o
país. Levantamentos de âmbito nacional mostram que 80% dos criadouros estão no
interior das casas.