Homem é preso em flagrante na "Rua da Palha" por agredir e manter mulher em cárcere privado

 


Ele resistiu à prisão, desacatando e agredindo os policiais, além de proferir ameaças contra quem achava que o denunciou

Por Ricardo Nogueira

Um homem de 35 anos foi preso em flagrante na "Rua da Palha" por manter a companheira, de 23 anos, em cárcere privado por mais de uma semana juntamente com um bebê de 1 ano. O fato ocorreu no final da tarde de 18 de agosto, em pleno mês da campanha de prevenção e combate à violência contra a mulher (veja ao final da matéria).

Segundo relato de uma fonte que pediu para não ser identificada, o casal residia numa casa da Escadaria Santinho Rosa. A policia foi acionada por uma pessoa que relatou agressões diárias à vítima, que estaria sendo mantida há mais de uma semana trancada na residência. Chegando ao local, policiais civis e militares foram recebidos pelo homem, que teria se mostrado agressivo. Ainda segundo a fonte, apesar da hostilidade e dos xingamentos proferidos pelo homem, os policiais solicitavam que ele tivesse calma e liberasse a criança e a mãe. Eles conseguiram fazer com que o bebê fosse entregue a uma tia, irmã da vítima, que havia se dirigido ao local. Em seguida, o homem arrastou a companheira para dentro da casa, a trancou em um quarto e exigiu que a criança lhe fosse entregue novamente.

Os policiais continuaram tentando apaziguar a situação e convenceram o homem a deixá-los conversar com sua companheira. Ele a levou até o portão. Indagada se gostaria de ir embora dali, a mulher fez uma sinal afirmativo e saiu rapidamente pelo portão. O homem então voltou a proferir palavrões, fazendo ameaças aos policiais e a terceiros que não se encontravam no local, mas que acusava de tê-lo delatado à polícia. Em seguida ele recebeu a ordem de prisão. Quando os policiais se aproximaram, ele resistiu e chegou a jogar os policiais contra a parede, provocando escoriações em alguns deles. Ao ser algemado, o homem se arrastou pelo muro, dando a impressão de querer quebrar o próprio braço para se livrar das algemas.

Preso em flagrante, ele foi conduzido para a Delegacia. Baseado nos relatos, ele responderá por uma série de delitos consumados, como cárcere privado, lesão corporal contra mulher, violência doméstica, ameaça, desacato e resistência. A sequência de crimes cometidos afastou a possibilidade de fiança. Ele foi conduzido para audiência de custódia fora de Bananal e continuará detido, com a prisão em flagrante convertida para prisão preventiva.

A vítima e os policiais agredidos se dirigiram à Unidade de Saúde para fazer o Boletim de Atendimento Médico. Foram constatadas lesões nos policiais. Já a vítima, sofreu trauma na face direita e tinha marcas de cicatrizes.

Agosto Lilás

No próximo dia 30 de agosto, em Bananal, a Juíza da Comarca, Dra. Luciene Belan Ferreira Allemand, será uma das palestrantes em evento no Centro Cultural Carlos Cheminand, alusivo à campanha Agosto Lilás - Pelo Fim da Violência Contra a Mulher. A série de palestras, de 9h às 11h, aberta ao público em geral, contará também com explanações da Dra. Priscila (Dermatologista) e da Dra. Maria Aparecida (Ginecologista). A campanha ocorre por todo o estado de São Paulo.


O protocolo “Não Se Cale” e a campanha “São Paulo Por Todas” visa reforçar as estratégias de proteção das mulheres em estabelecimentos privados e públicos, padronizando formas de acolhimento e suporte do poder público.

O Agosto Lilás, está sendo um mês de prevenção e combate à violência contra a mulher, incluindo a assinatura de um novo decreto estadual. O texto regulamenta as leis estaduais 17.621/2023 e 17.635/2023 e é fruto da articulação intersecretarial com a sociedade civil, sob liderança da Secretaria de Políticas para a Mulher.

A partir de agora, bares, restaurantes, espaços de eventos, hotéis e estabelecimentos do setor de lazer deverão prestar auxílios previstos no novo protocolo diante de qualquer pedido de socorro ou suspeita de caso de assédio, violência ou importunação sexual.

A solicitação de ajuda poderá ser feita tanto verbalmente quanto por meio de um gesto já utilizado mundialmente para simbolizar essa necessidade e que, agora, passará a ser adotado em São Paulo e divulgado amplamente pelo poder público e entidades empresariais e comerciais. O sinal é feito com apenas uma mão: palma aberta para cima, polegar flexionado ao centro e dedos fechados em punho.

Diante da solicitação de ajuda ou situação suspeita, os profissionais capacitados deverão acolher a vítima em espaço reservado e seguro – longe do agressor –, oferecer acompanhamento até o carro da pessoa ou veículo por ela acionado para sair do local. Caso haja necessidade, a polícia ou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), dependendo da situação, poderão ser acionados, respeitando sempre a decisão da mulher e orientando-a sobre a rede de apoio disponível pelos órgãos públicos.

Para isso, o Governo de São Paulo preparou um curso de capacitação gratuito para cerca de 1,5 milhão de profissionais que atuam nos setores de entretenimento, lazer e gastronomia em todo o estado (clique aqui para saber mais).

São Paulo Por Todas

Chamada “São Paulo Por Todas”, a campanha institucional vem informando a população sobre o gesto de socorro, como identificá-lo e mobilizar os estabelecimentos para adoção do protocolo.

Um dos principais elementos é a divulgação do sinal de ajuda, um gesto simples e inclusivo, que pode ser feito com apenas uma mão e de forma discreta. Ele envolve três passos: 1) palma da mão aberta e voltada para fora; 2) dobrar o polegar ao centro da palma; 3) fechar os outros dedos sobre o polegar, em referência a situações de ameaça ou coação.

O sinal já é conhecido nas redes sociais e utilizado em mais de 40 países. Denominado Signal For Help (sinal de ajuda, em tradução livre do inglês), ele foi criado pela Canadian Women’s Foundation, ONG canadense de proteção a mulheres, em parceria com uma agência de publicidade de Toronto.

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