Bananal figura em série de reportagens sobre história das ferrovias na região.

O início do período ferroviário de Bananal, por volta de 1888, ápice do ciclo do café na cidade, será contado numa série de reportagens no site VNews, da TV Vanguarda, a partir deste final de semana.
O especial, veiculado aos domingos, se chamará “Ferrovias do Vale” e contará o impacto histórico que a chegada das ferrovias no século XIX trouxe ao Vale do Paraíba.
O trabalho, elaborado pelos jornalistas Camila Saad e Renato Ferazim, mostrará o papel fundamental assumido pelo trem na formação e na economia das cidades, sobretudo no ciclo cafeeiro e na Revolução Constitucionalista de 1932. 
A trajetória da Central do Brasil (ascensão, queda e privatização) também será contada no trabalho, finalizando com uma projeção sobre o futuro das ferrovias na região e no país.


MEMÓRIA


Foto tirada na inauguração da Estação Ferroviária em 1889, com a locomotiva "Tereza Cristina".

A história da Estrada de Ferro Bananal encontra seus primeiros relatos em 11 de maio de 1870, demonstrando o quanto os bananalenses da época tiveram de lutar por sua implantação. Somente 10 anos depois, em 03 de maio de 1880, a concessão foi dada a José Leite Figueiredo que então implantou a E. F. Ramal Bananalense. Dois anos depois, com sua primeira diretoria eleita, a linha começou a virar realidade.
Proveniente do ramal de São Paulo, a linha partindo da Estação de Saudade, em Barra Mansa chegou a Rialto em 1883.
Cinco anos depois, em 13 de outubro de 1888 a linha foi prolongada até a Três Barras, estabelecendo-se um tráfego provisório com o trem partindo dali em dias impares e voltando de Saudade em dias pares.
Finalmente, em 24 de dezembro de 1888 os trilhos chegaram a Bananal. A inauguração da linha e da Estação Ferroviária, especialmente importada da Bélgica, se deu em 1º de janeiro de 1889.
O primeiro dono da ferrovia e principal membro da Diretoria foi José Aguiar Valim que depois negociou-a com Domingos Moitinho.
Em setembro de 1918 a Central encampou-a como um ramal sendo o ato sacramentado pela União através de Decreto. Por um curto período em 1931 o ramal ficou subordinado à Estação Ferroviária Oeste de Minas, mas logo voltou ao comando da Central do Brasil. 
A sucessão de fatos adversos para a economia local – queda do ciclo cafeeiro, abolição da escravatura e, décadas mais tarde, a inauguração da rodovia Presidente Dutra – resultaram na desativação do ramal em 1º de junho de 1964.

A Estação (à direita) e o pátio de manobras da locomotiva.

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